Era uma vez: a contação de histórias

Sem dúvidas a contação de histórias é um momento mágico, de trocas afetivas e muita imaginação. Ouvimos com os olhos e enxergamos com os ouvidos. O ato milenar de narrar histórias configura-se como uma boa aliada na formação do pequeno leitor. Professores, bibliotecários, mediadores de leituras e pais podem se apropriar das técnicas de contação de história. Este post visa expor tais técnicas para que a contação democratize-se e atinja mais crianças.

Contar histórias é, portanto, criar, brincar. (MORAES, 2012, p.103)

A seleção da obra

A seleção inicial consiste em escolher determinada obra, considerando a qualidade literária, o interesse e o perfil do público ouvinte, bem como e gosto do narrador. O narrador deve estar à vontade com as histórias, por isso, é recomendável que se construa um repertório sólido. Você também pode se instrumentalizar ao: ter noções de literatura, folclore e psicologia infantil; estudar a Literatura Infantil; assistir aos filmes destinados às crianças; ler livros destinados às crianças e jornais, revistas especializadas, quadrinhos, almanaques infantis, etc.; e ter em contato direto com a criança.

O estudo da história

Estudar a história não significa decorá-la, mas, sim, identificar os elementos da estrutura da narrativa: introdução, desenvolvimento, clímax e desfecho. Existem algumas técnicas de memorização: roteirizar e resumir a história, fazer um mapa visual ou, ainda, colocar no papel os 12 momentos mais importantes da obra; depois reduza para 6; para 3; e 1, quando, finalmente, encontramos a essência da história. Ensaie e tente enriquecer a história, respeitando o enredo: acrescente detalhes, onomatopeias, descrições de imagens, odores, sabores, sons, sensações (reproduzindo ou citando), voz, gestos, olhar, emoção, texto, adequação, corpo, espontaneidade, ritmo, clima, credibilidade, pausas e silêncios

As formas de apresentação da história

Cada recurso possui suas vantagens e corresponde a determinados objetivos e circunstâncias. Saber escolhê-lo é crucial. São eles: narração oral, narrativa com auxílio de livro, narração com o uso de gravuras, narração com flanelógrafo, narração com desenhos, narração com objetos e narrativa e com interferências do narrador e dos ouvintes. Vale destacar que é importante permitir que a criança fale de suas vivências.

A narração da história

Depois de ter escolhido a obra, estudado, conhecido o local da contação e as características do público, prepare um ambiente acolhedor e confortável. A formação em semicírculo, onde todos consigam visualizar o contador e o material, é a melhor arrumação. A duração da história deve ser de 5 a 20 minutos. Conte a história com naturalidade, entusiasmo, emoção e alegria. A voz deve ser clara e agradável. Lembre-se: a história é o elemento central,

Em suma, existem três elementos básicos na narração oral: o narrador, o texto e o ouvinte. Uma boa memória, o improviso, a espontaneidade, o poder de concentração e abstração, bem como o amor pelas histórias são ingredientes imprescindíveis para a atuação do contador de histórias

Referências

COELHO, Betty. Contar histórias uma arte sem idade. Editora Ática: São Paulo, 1997.

MORAES, Fabiano. Contar histórias: a arte de brincar com as palavras. Petrópolis, RJ: Editora vozes, 2012.

SISTO, Celso. Textos e pretextos sobre A arte de contar histórias. Belo Horizonte: Aletria, 2012.

TAHAN, Malba. A arte de ler e contar histórias. 4 ed.Conquista: Rio de Janeiro, 1964.

Foto de Lina Kivaka

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